Sábado, 14 de Junho de 2025

Pêsames - Millan Kundera 684h65

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Publicada em 23/08/2024 às 11:20 - Atualizada em 28/08/2024 08:45


Millan Kundera

Por Saulo Oliveira em Vivendo e cronicando

“Es muß sein. Es muß sein.”

Conheci Kundera nos corredores da Biblioteca Central da universidade. Entre tantos outros, “A insustentável leveza do ser” ou também a circundar os corredores da minha imaginação e sentiu dificuldade para se acomodar nas prateleiras do esquecimento de tantos outros títulos, no escrito parco de outros autores.

Millan me levou consigo aos quartos de suas amantes; criou e alimentou o meu subjetivo desprezo por Tereza, embora tivesse de ter sido da forma como foi — “Es muß sein”; fez nascer em mim o ardor da paixão por Sabina, seminua com um chapéu de coco na cabeça; senti o fervor da Primavera de Praga de sessenta e oito e o pavor de tanques russos juntamente com o barulho de aviões invadindo a Tchecoslováquia. “Acredite em mim, um só livro proibido em seu país significa infinitamente mais do que as milhares de palavras cuspidas em nossas universidades”.

Morreu no último mês, aos noventa e quatro anos, na França, onde esteve desde sua emigração da então República Tcheca. Estará entre os maiores.


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Sobre o autor
Saulo Oliveira
É quitundense por sorte, escreve crônicas por interesse no cotidiano e mantém em dia seu desinteresse pelo rotineiro. Toca violino, flerta com as artes e alicia palavras para agregar ao precário vocabulário.
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